«A verdade é que duvido mesmo que se possa falar de literatura como
duvido, com mais razões, que se possa falar de pintura ou que se possa falar de
música. É claro que se pode falar de tudo (…), seria absurdo pretender reduzir
ao silêncio aqueles que escrevem, (…), como se a obra em si já contivesse tudo
quanto é possível dizer e que tudo o que vem depois não fosse mais do que
interminável glosa. Não é isso. Acontece, no entanto, que por vezes experimento
o desejo de limitar-me a uma muda contemplação diante de uma obra acabada, pela
consciência que tenho de que, de certa maneira, nos domínios da arte e da
literatura, estamos lidando com aquilo a que damos o nome de inefável.»
“A Estátua e a
Pedra”
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