«Nem tudo foi tão sórdido neste país em que não se morre como o que acabou de ser relatado, nem todas as parcelas de uma sociedade dividida entra a esperança de viver sempre e o temor de não morrer nunca conseguiu a voraz máfia cravar as suas garras aduncas, corrompendo almas, submetendo corpos, emporcalhando o pouco que ainda restava dos bons princípios de antanho, quando um sobrescrito que trouxesse dentro algo que cheirasse a suborno era no mesmo instante devolvido à procedência, levando uma resposta firme e clara, algo assim como, Compre brinquedos para os seus filhos com esse dinheiro, ou, Deve ter-se equivocado no destinatário. A dignidade era então uma forma de altivez ao alcance de todas as classes.»
“As intermitências da morte”
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