«Vai descendo por esta álea como lhe disseram, à procura do quatro mil duzentos e setenta e um, roda que amanhã não anda, andou já, e não andará mais, saiu-lhe o destino e não a sorte. A rua desce suavemente, como em passeio, ao menos não foram esforçados os últimos passos, a derradeira caminhada, o final acompanhamento, que a Fernando Pessoa ninguém tornará a acompanhar, se em vida realmente o fizeram aqueles que em morto o seguiram, é este o cotovelo que devemos virar. Perguntamo-nos que viemos cá fazer, que lágrima foi que guardámos para verter aqui, e porquê, se as não chorámos em tempo próprio, talvez por ter sido então menor a dor que o espanto, só depois é que ela veio, surda como se todo o corpo fosse um único músculo pisado por dentro, sem nódoa negra que de nós mostrasse o lugar do luto.«
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